‡...Cânticos Noctívagos...‡

Da mais alta das torres daquele mausoléu

Soava fria, a triste e plangente melodia

Notas sibiladas e drenadas ao léu

Uma lívida criatura, que às sombras sorria

Da cripta taciturna declamava lamentosa

Versos abissais, no peito enjaulados

Plainava sempiterna, nímia portentosa

Pelos calabouços antigos e sacramentados

Atraía ao vazio, criaturas noctívagas

Seres uivantes da majestosa escuridão

Deidades lutuosas, gélidos caminhantes

Oriundas do cataclismo d´outra dimensão

O obscurantismo presente naquele olhar

Navegava por entre os cânticos eternais

Toda noite recitava, negrumes odes ao luar

Relatando histórias, de tuas vidas surreais

Na cadência dos movimentos sem fim

Num bailar das brumas e do pálido nevoeiro

Teu corpo sucumbia à dança carmesim

E descansava astuta, aos pés do dragoeiro

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 05/09/2022
Código do texto: T7598996
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