‡...Cânticos Noctívagos...‡
Da mais alta das torres daquele mausoléu
Soava fria, a triste e plangente melodia
Notas sibiladas e drenadas ao léu
Uma lívida criatura, que às sombras sorria
Da cripta taciturna declamava lamentosa
Versos abissais, no peito enjaulados
Plainava sempiterna, nímia portentosa
Pelos calabouços antigos e sacramentados
Atraía ao vazio, criaturas noctívagas
Seres uivantes da majestosa escuridão
Deidades lutuosas, gélidos caminhantes
Oriundas do cataclismo d´outra dimensão
O obscurantismo presente naquele olhar
Navegava por entre os cânticos eternais
Toda noite recitava, negrumes odes ao luar
Relatando histórias, de tuas vidas surreais
Na cadência dos movimentos sem fim
Num bailar das brumas e do pálido nevoeiro
Teu corpo sucumbia à dança carmesim
E descansava astuta, aos pés do dragoeiro