Vento nevoeiro
Eu venho do nevoeiro
Do dia que foi sangrento
Do giz que levanta poeira
Eu venho do mar lamacento!
Eu bebo a bebida que gela,
Das teias da aranha , que é bela
Sou perigoso de formoso
quem sou?
Sou seu verdadeiro horror,
Que sucumbe aos fortes e justos
pra fazer desse mundo
uma incitação à febre!
Então não se vele inocente
Não roube do grão, a semente
Não invista ruim, o seu lucro
Fecha as portas do sepulcro!!
Pois a morte tem face e pele
Pelo
Onça
Lascívia e fato
Que quer você anjo nato
de ferimento grave!
Que destrava o nada dentro
e que trava o seu lamento!
Sou a morte do momento
Sou a Eva que sonha certo,
mas o certo não me julga divino!
Quem sou?
Eu sou o pecado das dores
Queimando na morte com flores
Eu sou aquele que não morre ,
Por ter seduzido Eva.