†...Vazio Abstrato...†
Há uma nervura em minhas entranhas
Um vazio que preenche o meu mundo
Mundo que sorve, ferve, dedilha; assanha
Báratro profético, sempiterno e imundo
Existe um negrume buraco desolador
A devorar a pulsação nímia selvagem
S´anela à escarlate borrada e incolor
Engole, do obscuro oceano até a margem
Uma fervilha melancólica e esmagadora
Brutal via de acesso ao abismo infinito
Besta magistral, egrégia e perturbadora
Túrbido maestro de meus dias malditos
Há um contínuo nectário d´águas profundas
Um pélago a haurir o macilento vate
Tardígrados espectros das catacumbas
Conjurados a envolver os gumes q´ardem
E o oceano me leva, ao pálido cume estelar