Dueto Noturno

Spleen, vinho e noite...

Companhias que nunca fenecem

Mesmo após ao gole, como um açoite,

Tocam n'alma, a dor à quem não entristecem...

Completos, inspirados, transparentes.

Não sei ao certo, se somos loucos ou eloquentes.

Talvez sejamos misturas de vinho.

É seco, suave, rosé, ou tinto?

Sugere que sóbrios estejamos?

Tomados por coragem, nós declamamos

És de fato o que vejo aqui?

Ou talvez, ninfa ingente, é o que vejo enfim...

Em silêncio, te causo curiosidade?

Se olhar além do que se vê, possa ser verdade.

Pra atrair coisas boas, você é a isca.

E se eu despir a minha alma, você se excita ?

Caso lhe mostre o que me apetece

Daria-me o fervor da embriaguez?

Por horas infidas, talvez nem comece

Desejando meu cálice, taciturna talvez...

Sendo quase seu inverso, lhe permito tudo.

Que haja principalmente dentro do seu mundo.

Se eu me perco nele, não cogito uma possível volta.

Sorte a minha, encontrar a sua alma outrora.

*Dueto dedicado à Ketlyn...