Reino etéreo
Leve como a pluma
Tirada das asas de
Um anjo caído,
Sinto no coração,
Arrancado do peito,
A alegria de ver,
Sobre um trono vazio,
Este reino etéreo que
Vivemos, torpes
Pela dor, nestes dias,
Sombrios tempos,
Vendo a vida
Ceifando-se célere
Entre as paredes escuras
Sob esse negro firmamento
Que testemunha, dormente,
A caminhada, já no fim,
De uma praga que,
Reinante, espalhou
O caos em nossas almas.
Lúgubre noite,
Que caminha, doce,
Ao amanhecer, vemos,
Como que saindo
De nosso sono,
Esse reino etéreo
Soltar seus últimos suspiros,
Caindo, retumbante,
Permitindo o despertar
De mais um ciclo,
De uma era, em que,
Despertando de um
Sonho ruim, levanto,
Recolhendo de meu leito
As sobras de uma angústia,
Agora morta,
Que me impele a viver
Este novo dia ao
Me deixar ver um novo
Nascer do Sol, lançando
Uma nova esperança
Em seus raios
A me abraçar com
A doçura de uma nova
Vida a nascer em nossa alma.