O SER QUE AMBICIONO
Onde a solicitude fez sua morada
Renego vaidade em pensamento
Desapega a alma em brilho relutante
Parecem até delícias as aflições que acabam com a satisfação do amargurado instante
O que me propus a ser, altivo serei
implícito e relutante
Todo desejo é ilusão de prazer
Mínimo, obscuro, efêmero, do mais singelo ao mais obsceno
Um brilho de audaz diamante que engole as próprias centelhas
Contemple a sordidez do ser que estagna em cima do muro
Em que ao invés de procurar oferecer a mão estendida
Solta o escalador no abismo gélido
Sem defesa, nem caverna, nem guarida
Quase destina-se ao hades, mas o pulso não se encerra
Transcreve-se, ó morto rasgado, em mórbida ferida.
Trás o ser mortalha fétida dos escombros e em milagre encerra o dano e volta à vida
Onde se encontra o ser?
Não sei
Só sei que sou eu
Vivo?
06/06/2026
12:23hrs