__...Vazio sempiterno...__
Preso, na angústia de meus sentimentos
D´onde as amarguras sobrevivem cândidas
O laríngeo flébil, s´afoga aos lamentos
Pegajosas deidades, pragas nefandas
Tal qual um deus taciturno que envolve
As entranhas dantescas de meu corpo
Espavorido praguedo por aqui corrói
Propaga, o eflúvio cinéreo desse mofo
Se por dentro, como vidro me estilhaço
Por fora sou de ferro, intenso, feito aço
Não mais sinto o prazer do nectário
Esse a planger as gotículas delirantes
O afago sombrio acolhe prazenteiro
A casca macilenta desse vate nímio infante
Das entranhas de meu eu, dissecam
As papoulas-rubras, pela alma sorvidas
Tal qual o ópio que delas brotam
Permaneço tórpido e do mundo esquecido
Se por dentro, como vidro me estilhaço
Por fora sou de ferro, intenso, feito aço