__...Vazio sempiterno...__

Preso, na angústia de meus sentimentos

D´onde as amarguras sobrevivem cândidas

O laríngeo flébil, s´afoga aos lamentos

Pegajosas deidades, pragas nefandas

Tal qual um deus taciturno que envolve

As entranhas dantescas de meu corpo

Espavorido praguedo por aqui corrói

Propaga, o eflúvio cinéreo desse mofo

Se por dentro, como vidro me estilhaço

Por fora sou de ferro, intenso, feito aço

Não mais sinto o prazer do nectário

Esse a planger as gotículas delirantes

O afago sombrio acolhe prazenteiro

A casca macilenta desse vate nímio infante

Das entranhas de meu eu, dissecam

As papoulas-rubras, pela alma sorvidas

Tal qual o ópio que delas brotam

Permaneço tórpido e do mundo esquecido

Se por dentro, como vidro me estilhaço

Por fora sou de ferro, intenso, feito aço

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 08/06/2022
Reeditado em 08/06/2022
Código do texto: T7533201
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