Ao corvo que me servia

Vi um corvo me rondando

Procurando e observando

Suas asas lançavam um feitiço distraído

Fazendo o céu nublado parecer distorcido

Vi um corvo pousando

Sua mensagem urgente o puxando

Seu olhar impaciente suplicando

Vi um corvo entoando

O encantamento teatral me calando

Sabendo do desespero que estava me afundando

Vi o corvo me contando

Que os sonhos ele encontra flutuando

Que não havia motivo para meu andar acuado

Que eu poderia respirar sem sentir meu peito abafado

E esse corvo tão sombrio

Me contou os segredos em instantes

E me pediu gentilmente

"Faça tua prece em segredo antes que te deites"

Me contou sobre o brilho dos alicerces

E me garantiu apressadamente

"Te livrarei daí antes que te adoeces"

E em seu olhar frio me mostrou como partiu

E deixou no céu o rastro da saudade

Fazendo com que meu coração se apertasse

Trazendo a tona todo meu alarde

Me envolvendo em sobriedade

E deixou no céu a inconstância da verdade

Fazendo com que meu coração se desmanchasse

Trazendo até mim o peso da verdade

Me olhando ao longe contra minha vontade

E deixou no céu o rastro da vaidade

Fazendo com que meu coração palpitasse

E deixou no céu o adeus de sua sonoridade

Fazendo com que meu coração se angustiasse

A Aristocrata
Enviado por A Aristocrata em 19/05/2022
Reeditado em 11/04/2023
Código do texto: T7519662
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