Vozes fantasmas
Ao redor de minha mente
Sinto a presença suave
Dos ecos de sentimentos
Mortos, secos, que me sussurram,
Em suas vozes fantasmas,
Macabros louvores que rogam
O fervor de nunca mais
Abrigar na alma escusas lembranças
De um futuro despedaçado
Pela dor, inexistente, da morte.
Sinto em meus ouvidos
O eco de vozes fantasmas
A sussurrar a doce melodia
De uma mórbida canção
Que em meu coração destoa,
Despertando em mim o calor
De me perder, sozinha,
Numa jornada rumo ao abraço
De quem toda noite me acolhe,
Abrigando meu ser do relento,
Me acompanhando e livrando
Do frio beijo de uma solidão
Que outrora repousou comigo
Como uma eterna e funérea
Amante, etérea benção seca e morta.