Lamentação
A dor que reside no peito daquele que não pode voltar
É maior que o desespero etílico em que o poeta insiste em mergulhar
A morte é um calabouço que prende a todos no fim da trajetória
A ela pouco importa suas conquistas, sua vida, sua vitória
Pego mil cacos da minh'alma e faço um traçado na cara do destino
Sei que não mais será a mesma coisa, sem seus conselhos, eu desatino
A ti dedico postumamente uma epígrafe de um capítulo mal elaborado
Te peço desculpas por ter sido tão ausente, quisera eu ter estado ao seu lado
Ó maldição, ó céus, ó alucinação
Quem dera me encerrassem numa prisão
Menor do que a que vivo recluso em mim mesmo
Me sinto um pobre andarilho, maltrapilho, vestido de orgulho e andando a esmo.
Poucas linhas podem traduzir tudo que sinto, mas é tudo verdadeiro
Nas estações da vida, a morte é o piloto
As dificuldades nos cobram
E somos meros passageiros.