O Ébrio

Cercado nesta ilha sem saída e sem ajuda

eu espero na angústia de ainda desejar

o gelado da garrafa que me deixa a boca muda

o amargo acalento que me priva o pensar

Se me vedes transeunte pela orla em desatino

imaginas que talvez um dia eu ache meu lugar

porém sigo procurando nas areias do destino

as pegadas que outrora me fizeram caducar

Não me julgues pois ajuda eu até já procurei

milhares de garrafas no mar víneo eu joguei

duvidosos pergaminhos que pediam salvação

Porém o ébrio só se salva quando veramente quer

e nessa ilha eu me escondo das lembranças da mulher

que me trouxe em um navio e sumiu sem compaixão

odepinheiro
Enviado por odepinheiro em 09/03/2022
Código do texto: T7469005
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