O Ébrio
Cercado nesta ilha sem saída e sem ajuda
eu espero na angústia de ainda desejar
o gelado da garrafa que me deixa a boca muda
o amargo acalento que me priva o pensar
Se me vedes transeunte pela orla em desatino
imaginas que talvez um dia eu ache meu lugar
porém sigo procurando nas areias do destino
as pegadas que outrora me fizeram caducar
Não me julgues pois ajuda eu até já procurei
milhares de garrafas no mar víneo eu joguei
duvidosos pergaminhos que pediam salvação
Porém o ébrio só se salva quando veramente quer
e nessa ilha eu me escondo das lembranças da mulher
que me trouxe em um navio e sumiu sem compaixão