Quantas Vezes

Quantas vezes morri,

para renascer em outra prisão?

Quantas vezes errei o caminho

para morrer, sozinho,

nas valas de algum coração

Quantas vezes pensei

em gritar... em vão...

matando-me no meu silêncio,

por um punhado de ilusão...

Quantas vezes cheguei ao meu fim

para não magoar quem ria de mim...

Quantas vezes sucumbi à razão

por não saber dizer não...

Quantas vezes, desci ao meu inferno

rolando em dejetos que não eram meus

para não escutar um desesperado adeus...

Quantas vezes deixei a vida

escapar por um triz

saindo do meu chão

para fazer outrem feliz...

Quantas vezes, meu Deus...

abdiquei dos meus sonhos num infeliz retrocesso e, possesso, não vi retornos

só acusações...

Quantas vezes enterrei prazeres,

morrendo por insistência

ressuscitando por conveniência,

vivendo em abstinência

de tudo que podia e não sentia

que dentro de mim, todos os dias

morria...

Quantas vezes...

"E, no fim, só sobra eu comigo mesmo, me tornando a minha melhor companhia."

(bmh@ /11 /04 /2019

Bárbara Hupsel
Enviado por Bárbara Hupsel em 21/02/2022
Reeditado em 29/03/2022
Código do texto: T7457545
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