Maligno
A inutilidade da miséria é um dente maligno, voltaremos aos velhos vestidos,
A dureza da vida com seus sapatos dourados morde o coração do homem, tudo isso assusta, porque a voz de muitos as vezes não é justa,
Os sonhos que navegam sem vento levam e trazem o doce e a amargura, as distâncias dessa imensidão profunda e um abismo de existências e de novos portos que nos esperam com rostros de incertezas bem vindas ou sombrías,
E agora palavras são ráfagas de amor e terra, De homens e mulheres que se perguntam por que sofremos, as feridas ainda abertas são como uma colera orgulhosa que ceifa esperanças e ilusões mal vindas,
Finalmente o frío que termina con todas as geografias expulsa culpas e resentimientos levando junto esses velhos lamentos adormecidos,
Poderemos finalmente extraviarnos com mãos e bocas, com corações amanhecidos numa outra realidade,
A inutilidade da miséria e um dente maligno...