Avalon
Danço passos em fios de bandeirolas
Mistérios me guiam e me mapeiam de glórias
Faço graças, sou divina!
Tempestuosa menina
Que me furta pensamentos
De luzes, mártires e ventos
Manhãs de fúnebres quintais
De onde mataram minhas esperanças
Flores... heranças
Quartos e sentinelas
Roupas manchadas, gavetas velhas
Foi o tempo que tu rias
Me desculpem o repeteco
Eu quase que tenho um treco!
Foi por pouco que não surtei
Mais um pouco? Talvez
Talvez fiz chantagens absurdas
Lutei, desbravei
Fui carrancuda!
Ah... tinha de ser
Por mim
Para você
Que nem sabe quem eu sou
Mas se lanço o que eu danço
Soltei no meu corpo
O que eu nem canto
Risquei o meu rosto
Pra acalmar meu pranto
Mantenho a melancolia
Das noites, nem sempre frias
Dos labirintos surreais
De vielas e umbrais
Que me dizem: são banais!
São talvez e tanto faz
Ah... não digam assim
Coitadinha de mim
Pobrezinha, tenham dó!
Não recitam para a moça
A chamam de louca
Atesto que não são reais
Será?
Jamais!
Caminho taciturna
Na espera de uma bruma
Que me leve a Avalon
Até lá... Ron!