Farfalhar Errante

Um dedilhado dedicado

Doce ao toque do piano

Com seus dedos rosados

Partilhando a melodia de

um vermelho pranto

Vestido despido de cobertas

Pois do vestido sobrou somente o corpo

Amando a inocência de suas pestes

Emaranhou-se num casulo podre

Menina brava dos olhos negros

Que sustenta o véu do luto incessante

Toca o músculo de suas próprias vestes

E canta nua, num luar brilhante

A parte de um orfanato que ora visita

Sempre se avista num farfalhar errante

Dado um passo seco sobre a vidraça

Foi como o amor que eu perdi naquele mesmo instante