Abissal

Um invólucro acoberta a alma

E na amargura se nega a viver

Este pélago abocanha azáfama

Que do rebento começa a sorver

Um sentimento assaz sepulcral

A despetalar as negras rosáceas

Qu´enriquecem a dor tenebral

E dissecam as mentes cálidas

Em letras deveras esfaimadas

Teço uma sôfrega lamentação

Lamúrias cindidas e adocicadas

Flébil, adormeço em expurgação

É um precipício o corpo enjaulado

Espavorido com tal dimensão

O espírito conflita ergastulário

Seviciado em nímio sofreguidão

Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 03/02/2022
Reeditado em 03/02/2022
Código do texto: T7443768
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