Abissal
Um invólucro acoberta a alma
E na amargura se nega a viver
Este pélago abocanha azáfama
Que do rebento começa a sorver
Um sentimento assaz sepulcral
A despetalar as negras rosáceas
Qu´enriquecem a dor tenebral
E dissecam as mentes cálidas
Em letras deveras esfaimadas
Teço uma sôfrega lamentação
Lamúrias cindidas e adocicadas
Flébil, adormeço em expurgação
É um precipício o corpo enjaulado
Espavorido com tal dimensão
O espírito conflita ergastulário
Seviciado em nímio sofreguidão