O Peso do Ventre e de Outros Sofismas Sofisticados
O que se passa nos caminhos da estima?
Os beijos são a amargura de teatros demolidos
A carne húmida e quente se atraem e traem
Desejos, negando e enrijecendo o ritual do intervalo
Eu amo o deus turvo do imprevisível
Me decora com mariposas de carne
Me dissipa com o gosto da autoafirmação
Onde minha ferida é uma construção de cal e amônia
A leveza do ar de chumbo, ventanias âncoras
Moinhos não são mais dragões do infinito
Mas sim, criações do homem-prostíbulo
Para cantar seus feitos inéditos de papel
Se todo corpo é um templo
A nudez é a própria santidade
Que não se entende, contempla-se
Ou deveria, se não houvessem mágoas
De algum jeito, o letal se domestica
O sangue corre ao contrário do feitiço
Para fora da boca de algum vampiro
Fomentado em sinônimos da prata e da objetificação
Ícaro em voo denso, manifesto caolho
Faminto e prudente, nas teorias profanas do ego
Adere a fornalha que lhe retraí e requenta
Em blasfêmia com o rei couraça de plástico
O loco e o lobo, destilando o peso
Que corpos construíram a Roma
Trazer o verde e depois o azul da inveja
A toda a sorte de quem dança com presbíteros
Os feitos de quem alcança a suprema vaidade
Se olha e aprende, mesmo que de olhos fechados
O outro o vê um pedaço de Vênus que de tão novo
Idolatra e crava os dentes, depois as narinas e por fim os dedos...