Justiça de Gárgulas
Toda miséria será anulada!
Investigada a fartura
Processada a igualdade
Aniquilada a loucura!
Meus encantos serão férteis
Meus poderes martirizados!
Minha lírica escrita na areia
Meu eu imortalizado!
Mas a pura economia
Não economiza seus valores
Valoriza o que se fode
Valoriza o que se dobra
Valoriza o que descreve
E o não declarado se despede!
A fé açoitada na madeira
A madeira queimada na fogueira
A viola cantarola a vida inteira
E a uva já não nasce na videira!
O poder em si será suprimido
O cego enxergará oprimido..
Só não vale tomar o comprimido do outro
Porque o outro não fará por onde ser perdoado!
Ele vai varar seu corpo a ser estuprado,
Te comer como corno
Que matou no pasto tomado!
E virar um gárgula procriador!
Vai pousar de eternidade...
e falando de amor
Que entre feras devia ser pavimentado
Entre esporas crucificado
Das beiradas trazido pro cercado
No cerco agonizado!
Esterco do cravo,
Centeio
E vive na miséria
cortado ao meio!