Justiça de Gárgulas

Toda miséria será anulada!

Investigada a fartura

Processada a igualdade

Aniquilada a loucura!

Meus encantos serão férteis

Meus poderes martirizados!

Minha lírica escrita na areia

Meu eu imortalizado!

Mas a pura economia

Não economiza seus valores

Valoriza o que se fode

Valoriza o que se dobra

Valoriza o que descreve

E o não declarado se despede!

A fé açoitada na madeira

A madeira queimada na fogueira

A viola cantarola a vida inteira

E a uva já não nasce na videira!

O poder em si será suprimido

O cego enxergará oprimido..

Só não vale tomar o comprimido do outro

Porque o outro não fará por onde ser perdoado!

Ele vai varar seu corpo a ser estuprado,

Te comer como corno

Que matou no pasto tomado!

E virar um gárgula procriador!

Vai pousar de eternidade...

e falando de amor

Que entre feras devia ser pavimentado

Entre esporas crucificado

Das beiradas trazido pro cercado

No cerco agonizado!

Esterco do cravo,

Centeio

E vive na miséria

cortado ao meio!

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 20/12/2021
Reeditado em 21/12/2021
Código do texto: T7411701
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.