Que droga!...

Pobre diabo sem luz!

O que fazes de fronte ao espelho?

A quem procuras, rosto sem vida?

Sombra escura, escusa que um dia foste?

Foi embora então...

Deixando-te aos farrapos.

Chama por ela agora!

Vê se ainda te escuta!

Misturou-se ao cal da terra...

Antes o talco que te perfumava as vias nasais.

Ficaste de mal com ela?

Perdeste o encanto ou encontraste a vida?

Vá!...

O aço espelhado o amaldiçoa...

Tem vergonha de te devolver tão inescrupulosa imagem.

Grita então...

Vem!...

Mas não me enfrentes...

Não te quero ver...

Vá banhar-te no lago da esperança!

Tira a sujeira de ti por dentro.

Chama o jardineiro das rosas brancas para tua poda.

Varre com vassoura do mato toda tua morada pra que tua alma descanse na paz.