Tercetos soturnos
Viste-me aos maus helmintos duma liana:
" - Fui lívido à mudez, com que eu chorasse"
Roído, malsão, que a tênebra me ufana.
Sem amor nem saúde, que eu manchasse
O meu próprio semblante ainda tressuado
Em mim vens inebriar-me à ávida face.
Quanta alvorada! Quanto sangue em lado!...
Sempre fui lânguido co´a mente aziaga,
Hoje em dia, eu seria lastimado.
Que eu sinta as dores mais larvais na chaga
À anomalia lúrida e vazia,
Vinham à carne imunda entre uma praga.
Depois, tressuando, mesmo o ar irradia
Que eu chegue ao catedral do Norte Dame,
Co´os anjos da lamúria que eu sofria.
Sonhai-no co´o esplendor aziago e infame,
Leio Fausto no livro e na oração,
Vejo-os lacrimejados. que eu os ame!
Tive uma mágoa intensa sem perdão,
Vim no lamento cálido e sereno
Talvez me ouvisses co´o atro coração...
Vinha ao meu vilipêndio bem pequeno
Co´a íntima languidez que ainda o tecesse,
Olhaste-me sofrido, fraco e ameno.
Deixa-me gemebundo que a alma cesse
Qualquer felicidade, mesmo em pleno
Horror com gosto tísico, que apresse!
Lucas Munhoz
(15/11/2021)