O CAVALO TAMBOR CAP I
O CAVALO TAMBOR
Baseado em conto de Rudyard Kipling, traduzido
do inglês, adaptação e formato poético de William Lagos
Cap. Primeiro – 28 set 2021
Os regimentos britânicos de cavalaria
com banda própria costumavam desfilar,
cada músico seu instrumento a transportar:
clarim, requintas ou flautas levaria,
além do equipamento de costume,
porque montados deveriam executar
suas marchas militares sem apear,
para da tropa acompanhar da marcha o cume;
os cavalos em idèntico andamento,
sem instrumentos para trás deixar
nem no momento de um combate se travar,
a transportar também seu armamento!
Mas era difícil para tambores o espaço
e eram levados por um cavalo, normalmente,
chamado Cavalo Tambor, naturalmente,
por um cabresto acompanhando o passo.
No regimento que fora denominado
de Hussardos Brancos, havia a tradição
de um animal com permanente descrição
que da tarefa fosse sempre encarregado.
Era costume tal cavalo ser malhado
de branco e preto; e quando este morria
ou por velhice marchar não mais podia,
de igual porte animal fosse encontrado.
Tinha o Regimento a merecida fama
de jamais fugir à luta ou de recuar:
só de uma vez ocorreu seu dispersar,
não por medo do inimigo ou farta lama;
tudo foi culpa de um novo Coronel,
recém chegado das praias da Inglaterra,
que à impopularidade de saída já se aferra,
ao declarar perante a tropa, em seu quartel
que o Regimento não lhe parecia ser garboso,
quando orgulhosos eram os cavalarianos
de derrotado haver, sem grandes danos,
qualquer exército, por mais fosse numeroso
e mencionavam que contra a artilharia
haviam galopado até as peças tomar
ao inimigo e então fazê-lo debandar,
que antes havia massacrado a infantaria!