O Pseudólogo do Brasil
Espreita na penumbra o astuto Dolo
Acompanhado por sua Ate - a ruína.
E pela traição de Apate - a sua sina
Pra tornar o coração um grande tolo
O malicioso modelou em barro cru
O Pseudólogo - a sua astuta criação
De Aleteia - moldou outro corpo nu
O Personificado ardil da enganação
Tão semelhante ao modelo original
Que enganou até o vaidoso artesão
Nem Prometeu reconheceu tal sinal
Mesmo sendo o pai de toda geração
Entretanto o barro não foi suficiente
E não deu para concluir-lhes os pés
Com medo de ser pego, o indecente
Ficou imóvel, alí temendo um revés...
Mas o Deus, vaidoso e inconsequente
Levou ao forno os moldes de mulher
E retirando-os do forno ainda quente
Soprou a vida e deu a ambos ar de ser
Aleteia caminha com muita confiança
E Pseudea fica presa em seus passos
A verdade segue firme em segurança
E a mentira fica presa num compasso.
Assim na vida como foi na mitologia
Vive o povo divido em dois extremos
Uns adeptos de grandiosa ideologia
Outros a cultuar "deuses supremos".
Talvez Dolo tenha feito um bom ardil
E Prometeu já esteja velho e vaidoso
Pra Impedir o Pseudólogo do Brasil
De proceder com o seu ato maldoso.
Que Zeus acorde pra acudir o Artesão
Com sua LUZ conter o Daemon da Ira
O Criador precisa vir curar nossa Visão
E amputar as negras asas da mentira.
Adriribeiro/@adri poesias