Na Catedral

Na catedral de minhas lembranças,

vagam na saudade os anjos sombrios

que tenho sonhado na minha vida;

no fundo dos imensos salões frios,

sinto um som celestial tocando na alma,

é uma fada gótica da canto choroso,

sua música envolve todos os fantasmas,

que passam a flutuar no éter vaporoso.

Nesta brumosa construção de gelo,

onde estão presos os meus vagos

sentimentos:solidão,saudade e tristeza;

lá embaixo há profundos lagos

cheio das lágrimas que choramos

pela nossa existência melancólica e dura;

espalhadas pela antecâmara,dez mil velas

queimam meu ódio,desespero e amargura.

Os espectros ficam deslizando neste espaço,

numa coreografia que lembra danças,

e a saudade transborda com esperanças mortas,

na catedral de minhas lembranças...

Angelus Blondet

Ezidio Alves
Enviado por Ezidio Alves em 18/09/2021
Código do texto: T7344939
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