De Lírios

Nadando em campos celestiais

como um espectro,deslizo no espaço

gravitando nas vaporosas sombras,

ao meu redor vagam flores roxas

cintilantes,estrelas cristalizadas,

nuvens gelatinosas me envolvem,

sob uma chuva de diamantes multicores,

com se fossem lágrimas de anjos,

meu corpo gira em todas as direções,

as nuvens parecem um tobogã

que escorrego em velocidade infinita

num longo vôo mergulhando no oceano

verde de minhas ilusões dilaceradas,

estou molhado de loucura,passam

os peixes fosforescentes da fantasia

cardumes que lembram nuvens azuis,

uma baleia branca das saudades colossais

cresce em minha direção,sou engolido,

sufocado vejo tudo avermelhado,

fico todo envolvido de gosma

no estômago envolto de escuridão;

súbito,sou expelido por um forte

jato espumante que me joga para as

alturas e volto a flutuar no etéreo

do espaço infinito como uma pluma,

um sombra,quicando,flutuando,sobre

o astros,cometas,meteoros

incandescentes... de repente...

Estou descendo muito rápido!

Estranha sensação de queda livre

o corpo rasgando a atmosfera

caindo,mergulhando furando

o céu,me sinto uma flecha

não consigo parar,já posso

ver lá embaixo um campo imenso

todo florido de lírios negros,

se aproxima como um trem em

alta velocidade,acho que vou morrer

espatifado,está chegando a hora

sinto o cheiro das flores negras,

Não!!  Não!!  vou bater!!

ACORDEI ! Vejo meu quarto sombrio

escuridão total, a realidade morta,

na cama ainda assustado sinto frio,

de volta às misérias alguém abre a porta...

angelus blondet 

fim da primeira parte

Ezidio Alves
Enviado por Ezidio Alves em 17/09/2021
Código do texto: T7344137
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