Numa nuvem de borboletas negras espessa

Numa nuvem de borboletas negras espessa,

descem-me ódios e amarguras dos pés a cabeça,

como uma cortina verde de moscas varejeiras,

a mágoa me envolve me veladas bicheiras;

um sentimento que parece formigas vermelhas,

fervendo sombras no meu coração em centelhas;

meus rancores me espetam e furam como agulhas,

saindo tristezas de chamas radiosas em fagulhas,

escorre melancolia pelos olhos em lágrimas de luz,

e feridas de saudade por todo corpo expelindo pus.

para Paul Verlaine

Ezidio Alves
Enviado por Ezidio Alves em 16/09/2021
Código do texto: T7343433
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