Suicida
Mergulhei numa viagem sem volta
com espectros em minha escolta,
descendo vagaroso o túnel profundo
vejo algo no fim do abismo imundo,
espíritos de mágoas esplendorosas
irradiando amarguras espumosas,
flores sombrias que nascem da lama
e crescem como tumor que inflama,
a minha alma que rasteja agonizando,
na travessia de sombras chorando,
por entre o lodo do pântano escuro
na cinza floresta do umbral obscuro,
cheguei no chuvoso vale dos suicidas,
ouvindo os gemidos das almas esquecidas.
Angelus Blondet