Diário da alma
Querido diário
Ontem estava relembrando
Chorei por algum tempo
Lavei o rosto e aqui estamos.
Sabia que escrevo sorrindo
Mesmo com o coração sangrando?
Eu cansei de não ser ouvida, sabe?
A solidão me ensinou a sobreviver sem você.
Você que me ler me entende,
Ou vai me apontar também?
Escondi sentimentos e não foi por fraqueza
Mas por excesso de decepções, meu bem.
Ensaiei sorrisos
Carreguei dores que não eram minhas
Não deu tempo de esperar o meu momento
Eu sei como é ter que amadurecer antes do tempo.
Rabisquei versos
Escrevia e apagava
Manchei muitas minhas páginas com lágrimas
E no final, minhas dores viraram poesias.
Você sente as dores que saem desse poema?
Você sente as tristezas que uma garota carregava sozinha?
Você sabe como é você querer falar
E ninguém prestar atenção em ti?
Você sabe, não é?
Eu sei que sim.
Minha alma me ensinou a refletir
Eu me tornei poetisa
Escritora que escreve o que sente
“Uma verdadeira aprendiz da vida”
Olha só como é bonito esse verso acima.
Se meu quarto falasse
Ele reclamaria dos gritos que dei nas madrugadas.
Eu não estou triste,
Mas é como diz a Clarice Lispector:
“Eu estou apenas cansada.”
Querido diário,
Hoje eu escrevo a palavra “perdão”
Eu quero me perdoar
Por transbordar amor em quem
Só me fazia derramar lágrimas.