VAGANTE
Vagante
Venho de tempos e terras distantes
Trago lembranças do que não vivi,
Vivo à procura do que não senti.
E ardendo por sonhada calma,
Fujo de sóis, perco-me em luas
Habitando noites de mundos sós
Pois o veneno que abateu teu corpo,
Cativa amada de minh’alma,
Porquanto não te afastou de mim
Pois do teu beijo continua o desejo
Do teu abraço persiste o afã.
E apesar do agouro dos corvos,
Ah, tão bela e pobre querida!
És, minha vida, essa imensa saudade,
Na eternidade da morte que te foi vã.
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Uma bela e instigante interação da
Poetisa Vera Mascarenhas!
Obrigado, Vera!
"Uma poesia com corvo
E um bom gosto pra levar da infância
Que pensou que o corvo era pomba preta
Olha só a distância da mutreta!
Esse corvo venceu a vida
E trouxe poesia sem caneta!"
(Vera Mascarenhas)