Abismo

Viajando nos destroços do meu subconsciente

Sinto o abraçar das sombras e o seu acolhimento convidando-me a claustrofobia,

A viver dentro de mim

Desolada e fria,

Aprisionada dentro de minha propria solidão como um defundo dentro do caixão.

Minh'alma noturna

Perde-se na penumbra

Ouço os murmurios e lamentos

Acabo visitando o inferno.

Soluços, choros, torturas

Risadas, gemidos, loucuras

Neblina atrativa, voluptuosa

Terrível, monstruosa

Chegou com cautela e se instalou em minhas entranhas

Te desejo contudo não te aceito

Te rejeito, não me submeto.

Encara-me com teus olhos profanos, hipnóticos, atiça-me

Com voz fria e ao mesmo tempo erótica me convida a pular de um precipicio, balbucio mas

as trevas com um beijo quer me envolver, apagar meu brilho, me seduzir, me possuir.

Quero beber deste cálice

Adentrar no abismo

Banquetear

Dar lugar

Saciar

Gozar de ti mas não

Não cultuarei a escuridão!

Não me prostarei em seu altar pagão.

Yasmim Castro
Enviado por Yasmim Castro em 22/06/2021
Reeditado em 22/06/2021
Código do texto: T7284104
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