Abismo
Viajando nos destroços do meu subconsciente
Sinto o abraçar das sombras e o seu acolhimento convidando-me a claustrofobia,
A viver dentro de mim
Desolada e fria,
Aprisionada dentro de minha propria solidão como um defundo dentro do caixão.
Minh'alma noturna
Perde-se na penumbra
Ouço os murmurios e lamentos
Acabo visitando o inferno.
Soluços, choros, torturas
Risadas, gemidos, loucuras
Neblina atrativa, voluptuosa
Terrível, monstruosa
Chegou com cautela e se instalou em minhas entranhas
Te desejo contudo não te aceito
Te rejeito, não me submeto.
Encara-me com teus olhos profanos, hipnóticos, atiça-me
Com voz fria e ao mesmo tempo erótica me convida a pular de um precipicio, balbucio mas
as trevas com um beijo quer me envolver, apagar meu brilho, me seduzir, me possuir.
Quero beber deste cálice
Adentrar no abismo
Banquetear
Dar lugar
Saciar
Gozar de ti mas não
Não cultuarei a escuridão!
Não me prostarei em seu altar pagão.