Des-morfo-lo-gia
A minha obsessão
Me mantém atrelado a ti
Dita-me febrilmente, é amor
Eu discordo, porém o aceito
Satisfaça tua vontade no blefe
O amor enfadonho e mal falado
O altar recriado aos teus cuidados
Garante-me espelhos e rosas sem espinhos
O culto que cultua frases curtas
Um deus no diminutivo da matéria
Materializado nas joias que compões
A pele que se faz sorte à viúva
Desencarnado em prazeres
Me use, como quiseres
Me ouse nos teus desejos
Me admita pólvora fugaz
Ponha tua criação em meus lábios
Como minha composição própria
Lhe servindo de álibi, costurando minha culpa
Em um julgamento ao céu da boca
A vantagem e a busca do mundano
Disputa entre porcos
O entretenimento ante a lavagem
Um filho em mim, a vontade e nós
Inverte-se o conflito
Eu homem e filho
Me alimento dos pedaços
De um deus passado e pai
O que vês em meu mantra subversão?
O cravo e sua estética,
O impasse do concretismo,
Ou a espiral do descontentamento?