Lágrimas de chuva
Nestes dias de repouso,
Em que te vejo convalescer,
Sinto no peito a sombra
Do medo a se abater como
Chuva sobre minha cabeça,
Com suas etéreas lágrimas
Lavando minha pele, de mim
Expurgando a esperança
Desses momentos de te ver bem.
Sinto ecoar em meus ouvidos
O retumbante grito do silêncio,
Abalando cada alegria de meu ser
Ao temer tua queda, lamento
Que cai nessas etéreas lágrimas
Que, macabras, insistem em
Encontrar seu apoio em meus ombros,
Me sustentando na mais pura
Força da dor de não poder mais
Te abrigar em meus braços e
De sentir tua cabeça adormecida
No meu peito agora frio de preocupação.