Descanso

A noite é bela! Tão bela quanto o dia.

Ele tal, que é iluminado apenas por um astro.

A noite é mais complexa.

Incontáveis estrelas, circundando a dama.

Eu, no entanto, prefiro a noite...

Para caminhar longinquamente

A estrada sem fim,

Rumo à morte.

Lamentava eu a morte

De um ente querido.

Ao terminar o cortejo...

Ajoelhei-me defronte à tumba negra.

Com as mãos postas, segurando uma cruz,

E cabisbaixo, chorava a sua perda.

Durante horas, falava com a tumba,

Na esperança de que me ouvisse,

E percebesse o quanto eu o admirava.

Tal foi minha indignação ao não obter resposta ou questionamento.

Olhei para o céu nublado, uma gota cai sobre meu rosto.

O nome de Eloi clamei. Esqueceu-me.

Olho para a lápide. Meu nome escrito a formões.

Minha amiga com certeza me atenderia,

Caso a chamasse...

Para consolar-me.

Clamei-a em pensamento.

E não demorou muito.

Senti sua fria mão pousar sobre meus ombros.

A morte convida-me a descansar.

Começou a chover. Deitei-me...

Sobre a tumba, com meu nome registrado.

A morte ao meu lado...

Apesar dos trovões...

Adormecemos.

Carlos Daniel (Ricardo Montana)
Enviado por Carlos Daniel (Ricardo Montana) em 09/05/2021
Código do texto: T7251872
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