O Vandalismo de Minha Reputação
Cantei minha cantiga em corpos
Durante uma madrugada indesejável
Calor de ébrio, perfume de carnaval nas ruas
E eu em uma espécie de reza antagônica
Outra doação de peito estufado
O que me expurguei de mim
Eram demônios famintos
Por corroer a superfície alheia
Em carne viva ascendi
Nos tribunais impróprios
Trajando minha nudez especifica
Implorando por culpas e crimes
A vingança entre auréolas
Repassadas como cacos de vidro
Os santos só são o que são
Pois antes foram martirizados, diz o ditado
A confiança e a ingratidão
Enciumadas me condenam
Por uma postura minguada
Frente a todo o teatro da possessão
Em todo o dilema que me é possível
Eu narrarei os escândalos da minha perversidade
Entretanto, eu fui um homem secreto
Com seus desejos mais escondidos possíveis
Eu sou o alvoroço que provoca
A todos no teu entorno
Maldito, coveiro e cigano
São muitos dos nomes que me dão
Eu sobrevivi a todas as mortes que me foram endereçadas
Hoje, eu mesmo trago algumas mortes nos dedos e em pungência
Percebo teu desejo inconfesso, o faço fantasia
E garanto-te o eterno deleite, por horas oriundas e depois adeus frívolo...