Vampiro Melancólico
Em seu quarto fechado
Sente frio e fome
Finado intocado
Abandonado homem
Sofre o mal da noite
Do Sol oculto está
Pois queima-lhe como açoite
Quando sua pele tocar
Dia após dia em casa
Esquivando-se dos riscos
Entediado cria asas
Odiando os solstícios
Sua presa nem sonha
A este lobo dispor
O medo é uma coronha
Velado pelo torpor
Brinda aos condenados
Lágrimas não lhe comove
Servirão como gados
Cujo sangue lhes absorve
Apaixonado pela comida
Esconde-se o maldito
Caçado pelas famílias
Sem direito ao veredicto
Sem amigos ao redor
Vive só e taciturno
Sua besta é maior
E em hábito noturno
Seu mal é contumaz
Tem prazer neste terror
Só o sangue satisfaz
E aumenta sua dor