Sombras

Minha sombra me persegue.

Enegrecida pelo tempo...

Por pecados e angústias,

Desde o nascimento até a hora de minha morte.

Neste castelo...

Iluminado pelo fogo ao meu inteiro derredor,

Parece ela se multiplicar,

Estando a me rodear,

Fazendo-me perecer

Nas minhas últimas horas de vida...

No isolamento profundo.

Em meus últimos instantes...

Recordo-me de minha longa vida.

Desejaria ter morrido...

Antes de ter nascido.

Ao ser concebido...

Era um anjo caído...

Vindo para a terra,

Para uma segunda chance ter.

Pois a revolta com o Criador

Gerou esta punição.

Resta apenas a cicatriz das minhas asas.

Subo as escadas...

As sombras vêm comigo...

Novamente atormentar-me.

Chego à janela mais alta

E olho o céu,

Negro como minhas amigas,

Agora acalmadas.

Sentamo-nos na cama...

Iniciamos novamente desabafos e desaforos.

O clima aumenta e o timbre se exalta.

Perdi a briga.

Corro novamente para janela,

Sem um ponto de parada.

Pulei da mais alta torre.

Finalmente...

Livrei-me de minhas sombras.

Carlos Daniel (Ricardo Montana)
Enviado por Carlos Daniel (Ricardo Montana) em 11/03/2021
Reeditado em 26/03/2021
Código do texto: T7204570
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