Sombras
Minha sombra me persegue.
Enegrecida pelo tempo...
Por pecados e angústias,
Desde o nascimento até a hora de minha morte.
Neste castelo...
Iluminado pelo fogo ao meu inteiro derredor,
Parece ela se multiplicar,
Estando a me rodear,
Fazendo-me perecer
Nas minhas últimas horas de vida...
No isolamento profundo.
Em meus últimos instantes...
Recordo-me de minha longa vida.
Desejaria ter morrido...
Antes de ter nascido.
Ao ser concebido...
Era um anjo caído...
Vindo para a terra,
Para uma segunda chance ter.
Pois a revolta com o Criador
Gerou esta punição.
Resta apenas a cicatriz das minhas asas.
Subo as escadas...
As sombras vêm comigo...
Novamente atormentar-me.
Chego à janela mais alta
E olho o céu,
Negro como minhas amigas,
Agora acalmadas.
Sentamo-nos na cama...
Iniciamos novamente desabafos e desaforos.
O clima aumenta e o timbre se exalta.
Perdi a briga.
Corro novamente para janela,
Sem um ponto de parada.
Pulei da mais alta torre.
Finalmente...
Livrei-me de minhas sombras.