A chuva daquele dia...
Estava à beira do precipício
Caminhando desgovernada
Com vendas nos olhos
Ouvindo os gritos de agonia
Que desesperados pediam socorro
Enquanto meus pés descalços
Pisavam em cascalhos
E meu vestido
Já em frangalhos
Dançava com o vento forte
Que anunciava a tempestade
Que estava por vir
Tudo que eu fiz
Foi orar, ali
No silêncio do quarto
Que ainda tinha tranca
Caí, e me deixei ser lavada pela chuva