Deprimido
Céu negro, a penumbra envolve-me.
A lua brilha alta e a prata...
A reflete em minha face.
Vagando no submundo do mundo...
Entre os mortos (para mim) ...
Nada vejo,
E nada vê-me, pois, a escuridão...
Cega os vivos.
Moro entre as covas,
Tendo os defuntos como vizinhos.
Corvos e corujas...
Curiangos e morcegos,
Cantam a ópera do cemitério.
Cercado de espíritos deprimidos,
Mesmo tendo mortos como condôminos...
Caminho só, vagando sem destino,
Com nada a aguardar-me depois da penumbra.
Tristonho e cabisbaixo entre as tumbas...
Morto já estou mesmo.
Ninguém por perto para socorrer-me.
Salvar-me dos inimigos, que são meus sentimentos.