Depressão de um anjo caído
O meu ser não é mais meu.
A solidão incontinenti
Apossou-se do meu ego,
Do meu orgulho, da minha mente.
Não me controlo mais.
Sou uma máquina manipulada
Pelos próprios sentimentos
Que desejam ardentemente me destruir.
Não sei mais quem sou.
Talvez uma estátua de pedra.
Que não pensa, mas é vista por todos.
Mas ainda sim uma estátua, insignificante.
O sol invejoso não mais me oferece o calor.
A lua orgulhosa não me mostra mais seu brilho.
Tudo se afastou de mim.
Mas o motivo, não sei dizer.
Não cometi delito algum.
De ninguém arranquei sangue.
Por que então será...
Que minha presença não percebem?
Mas agora também me revolto.
Os vidros das janelas estou quebrando.
Abro as torneiras e a água jorra sem parar.
O jornal da manhã, queimo na lareira.
Meus gritos não são suficientes.
Ligo o som no mais alto volume.
A música estrondosa do rock
Berra arduamente ao meu favor.
Não sou visto por ninguém.
Então ninguém será visto por mim.
Quebro todos os quadros da casa.
As fotografias estão queimando.
Eu existo.
Devo ser visto e sentido.
Se não sou gente...
Sou um anjo caído.