Neblina mental
O poeta se afoga em uma chuva de perguntas
Criadas por ele mesmo.
A verdade é que todos nós temos segredos
Que não vamos compartilhar
Eu aprecio a solidão
Mas, a solitude muito mais.
No meu coração memórias foram trancadas
Mas, os aprendizados foram escritos
Por todos os lados.
Sangrei quando tive que caminhar sem você
Mas, eu aprendi a sobreviver.
Só quem se cortou sabe exatamente onde é
O local que se concentra a sua dor.
Corpo entrando em conflito com a alma
Eu sentia meu corpo cicatrizando
Quando comecei a refletir
Nas poesias que eu escrevia.
Cicatrizes moldaram meu corpo
E fortaleceram a minha alma
Na base de muitas lágrimas
E choros derramados no silêncio.
A neblina esconde as minhas lágrimas
Mas expõe as fragilidades que estavam
Escondidas no meu coração.
Eles conhecem a face que sorri
Mas jamais conheceram
A face que enlouquece
Desaba e transborda.
O poeta carrega um mar de sensações dentro de si.
Amadurecer roubou a minha inocência
Dilacerou o meu coração
Mas restaurou a minha alma
Meu coração só foi reconstruído
Quando o amor próprio foi convidado
Para ser o protagonista da cena.