AQUELA QUE DO ALTO SORRI

Brisa mansa que aos meus cabelos acalenta

Doce e fria sob a proteção da noite

Que acalme os açoites da minh’alma em tormenta

De franca agonia. Que essa dor me afoite

Em coragem frente àquela que do alto sorri

Desdenha do espírito desfigurado

Pedaços vis e distantes daqui

Reúnem-se num corpo renovado

Mas aquele que caminha não sou eu

Não mais como costumava ser, no viver

Servil em escravidão, num existir que não é o meu

Tornar a terra em rubro até perecer

É a sina que impele agora os movimentos

De cada ação que pratico em conluio

A mão descarnada da foice, momentos

De tortura para os que me vêem. Um mergulho

Sem volta, uma viagem com destino certo

Para mim, pois cada essência ceifada

É um degrau pavimentado mais perto

De extinguir a pouca razão deixada

A parca humanidade em minha visão

Inútil em verdade, mas plena em convicção

Deseja encontrar a letalidade em prata

Um fim aos ciclos daquele que mata

Sávio Feudazol
Enviado por Sávio Feudazol em 15/12/2020
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