AQUELA QUE DO ALTO SORRI
Brisa mansa que aos meus cabelos acalenta
Doce e fria sob a proteção da noite
Que acalme os açoites da minh’alma em tormenta
De franca agonia. Que essa dor me afoite
Em coragem frente àquela que do alto sorri
Desdenha do espírito desfigurado
Pedaços vis e distantes daqui
Reúnem-se num corpo renovado
Mas aquele que caminha não sou eu
Não mais como costumava ser, no viver
Servil em escravidão, num existir que não é o meu
Tornar a terra em rubro até perecer
É a sina que impele agora os movimentos
De cada ação que pratico em conluio
A mão descarnada da foice, momentos
De tortura para os que me vêem. Um mergulho
Sem volta, uma viagem com destino certo
Para mim, pois cada essência ceifada
É um degrau pavimentado mais perto
De extinguir a pouca razão deixada
A parca humanidade em minha visão
Inútil em verdade, mas plena em convicção
Deseja encontrar a letalidade em prata
Um fim aos ciclos daquele que mata