O presente da Deusa Afrodite

Entre o céu e o mar ela vinha surgindo...

Vinhas caminhando por sobre as águas...

"Oriunda da espuma" só me trazes mágoas!

Pois a beleza que deu-me já está partindo...

De nada adiantou-me esta bonita feição.

Com que me presenteou. Ó "Vênus Romana"!

Pois aqui estou eu sofrendo essa dor insana.

Que só sente quem tem um frágil coração.

Sobre sua origem há duas belas versões.

Mas a que a poetisa em mim, aqui escolheu.

É aquela que Hesíodo tão bem descreveu.

Pois agrada meus sentidos e as emoções.

Filha de Urano, o Deus que foi amputado.

Pelo filho Cronos. E teve seu órgão genital,

Lançado a esmo em pleno espaço abismal.

E foi com as águas do mar, o viril ter copulado.

Assim originou-se a Deusa mais formosa.

Sedutora dos homens ávidos de desejos.

E até aos deuses se mostrou em lampejos.

Fazendo-dos ansiar pela cútis majestosa.

Na Grécia antiga foste chamada Afrodite.

Deusa do amor e também da sexualidade.

Personificação da beleza na antiguidade.

No seu poder afrodisíaco, há quem acredite.

Dizem que és uma Deusa de índole caprichosa.

Que com quem merece és até bem vingativa.

Mas por favor imploro: dê-me uma justificativa...

Porque a fase de envelhecer é triste e desditosa?

Se és dos amantes a grande musa inspiradora.

Porque relegaste ao tempo, o grande traidor.

O poder de ampliar as amarguras no amor.

Ao fenecer do corpo? Ó minha Deusa impostora!

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 16/10/2020
Reeditado em 08/11/2020
Código do texto: T7089071
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