O suicídio do corpo

O suicídio do corpo

Quando ela me abraçava

Eu gritava na porta do seu coração nas entrelinhas.

Quando ela lia os meus versos

Eu queria ser escutado e não julgado por ti.

Os olhos servem para enxergar as belezas

Escondidas pelas almas.

O corpo carrega um mar em que até o dono

Possui dificuldades para navegar.

Noites vazias

Meu corpo estava dolorido

E eu me encontrava abraçado com a solidão

E preso nos meus próprios questionamentos.

Eles engrandecem as rosas

Mas se esquecem de reconhecer os seus espinhos.

Geração moldada no vazio

Eles se preocupam em registrar tudo

E se esquecem de viver os momentos.

Tem dias que em que sinto o meu corpo

Sendo consumido por uma chuva de tristezas

E quando essa água escorre,

Eu escuto as minhas memórias gritarem.

Todos os dias, você morre aos poucos

Então, por que não procura investir em você?

Ao invés de ficar reclamando o tempo inteiro.

Escritores que tomam doses de devaneios

São os que produzem os textos mais profundos

Para se tocar nas almas é preciso

Reconhecer que as suas dores existem

Para que se consiga escrever nas entrelinhas

Os gritos que os leitores possuem medo de dizer.

Reflita nisso.

Os seus sentimentos fazem barulhos

Carregados de ensinamentos, mas

Você já resolveu refletir com o seu silêncio?

Rafael Silvaa
Enviado por Rafael Silvaa em 20/09/2020
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