A Noite Mais Escura
Dorme no peito uma esperança que já não é minha
Em cada parte do meu corpo sinto uma tristeza
A esperança quase morta, infeliz, dorme sozinha
Pois a insônia que sinto, não me permite ver a beleza
Dos passarinhos que voam livres pela imensidão
Estou morto, morto em vida, não consigo respirar
Essa dor que é só minha, ninguém sabe a dimensão
A vida como tem sido vivida, não consegue me encantar
E por isso um dia levarei aos extremos e tudo vai terminar
Alguns dizem que basta para o lado olhar e contemplar
Mas quando para o lado olho, só consigo me espantar
Não tenho como sorrir, pois por dentro estou morto
E se alguns dizem que eu estou louco, deixo falar
Os amigos verdadeiros, tentam me incentivar
Pedem que eu de uma chance para vida e comece a respirar
Só que quando ficamos muito tempo na escuridão
Não temos mais como escapar, a dor é mais forte
Tão forte que eu só vejo a hora de tudo terminar
E se terminar naturalmente, será um doce presente
Se terminar por minha vontade, a vontade será minha
Ah essa é a noite mais escura que já vivi, eu juro
Até esconjuro esse breu, essa grande maldição
A noite me cobre como um denso cobertor
E todo amor que chega, foge pelo estreito corredor
Esse corredor estreito é a imensidão da minha vida
É um lugar de sombras densas onde choro minhas feridas
Existem lacunas no meu tempo e espaço
Apesar de parecer vivo, é na morte que renasço
Não adianta explicar, os abismos são tantos
Tantos que eu gastaria uma eternidade tentando suplantá-los
Não vejo salvação, nem, deuses e nem demônios
Respiro o vazio que me preenche com um nada de mim mesmo
E se morrendo estou, que a Morte não tenha pena de mim
Que chegue logo o fim, para dessa escuridão eu me ausentar
E quem sabe por sorte, do outro lado haja luz a brilhar
Ouvindo Sopor Aeternus & Emsemble of Shadows, música In der Palästra