Abraço da Fera
Surgiu das sombras a fera da noite
E na penumbra vestiu um casaco de luz
Que brilhava, encantava
Em um charme que seduz.
Na sede desvairada ansiava,
Beber do cálice luminoso,
Da doce e sensível agalma,
do néctar sagrado
Outrora denominado por Alma.
Em todo seu falso encanto
Envolveu em seu abraço
E tomou para si… Uma parte
Do que tanto desejava…
De maneira sutil e cruel,
Encantou com sua arte,
E sorveu cada gota lentamente…
Lentamente,
Sutilmente,
Eternamente…
Prendeu eternamente em sua delicadeza,
Tomou a paz,
Tomou a calma,
Tomou a alma
E por fim,
Tomou sua pureza…
E após tê-lo feito
Afastou-se e deu as costas subitamente.
E o fez acreditar veemente
Que fora apenas uma vítima
Deixando de culpa rastros,
E de vidro estilhaços,
De um cálice meio vazio...
15/09/2020
Wilson D. Renan