NO SILÊNCIO DE UMA CASA
Passando pela “casa dos mortos”,
Silêncio que um uivo arrepia
Era noite era só o final do dia.
Desconheço quem ali “dormia”,
Mas percebi que era apenas uma “morada”,
De uma “carcaça” vazia.
Era triste a ausência da alma
Era escuro e só o vento “falava”.
Um cão lá dentro, esquecido,
Uivava como um lobo enfurecido
Ali seu dono adormecido.
A cova guardava o pó,
Mas no coração de quem ficou,
A lembrança que eternizou
A vida do corpo que ali pairou.
É no esperar das minhocas
Que se fazem as trocas
De carinho,
Pois ali naquele “ninho”
Nem um cantar de passarinho
É “entoado”.
Que os dias vividos
Não nos faça esquecidos
Quando a nossa boca calar
Naquele lugar.
Ênio Azevedo