MIRTES E A VOZ DO DIABO VI

É frio na solidão do

desconhecido mesmo

próximo de estar longe

de si mesma quando

o brinquedo tinha cores

como as cores vivas

do segredo encarnado

de espírito do velho pastor

arrependido do mal

nascido da ignorância

dos elementos vivos

do sonho de existir alguém

vestido de anjo caído

descendo as fornalhas

reluzentes de faíscas

do mundo agora perdido

Passos devotos do escuro

Nenhuma vela queimando

pra deixar de ver o vento

que caminha num rosto

sobre a pureza tão cara

tão rica de um tesouro

que cultivo e furtivo

dança minha música até

dobrar as esquinas onde

dormem os esguios que

vomitam sangue das entranhas

desenhando pesadelos

Os que cantam hinos uivando

pra toda luz que vinda se

apaga logo em seguida

deixando claro sua morte

Uma morte carnívora....

Sua fome pede água

Ela bebe como que suga

estas paredes úmidas

Sinto seus lábios doces

doses de inocência mascando

veias em busca do fim

desta sede que desce as

paredes e ajoelha quase

dormindo canto de ninar

gotas que ficam sentidas

Eu posso agora vestir o

manto que foi jogado

O manto que foi jogado

que tinha cartas de soldados

no sangue que foi jorrado

Eu posso comer a carne

pra voltar sublime

como a estrela antes do sol

Do sol me ver partindo

Ela dormirá perto da saída

inteira desprotegida insegura

de pele trêmula confusa

segurando o amuleto

que brinca de ser um amigo

invisível feito do pecado

que me trouxe até aqui...

"O bezerro grita na cerca viva

tem uma faca prateada na

mesa feita de pedra bruta do limo"

MÚSICA PRA LER : UFOMAMMUT/ ORO- OPUS MINDOMINE