MONUMENTO SOTURNO

Quem pensa no preto lembra as trevas...

Tudo parece não existir ao sabor da escuridão,

As toxinas do ambiente tapam toda a visão

E o mundo torna-se cerração do obscurantismo.

É como se o nada existisse e a vida fosse bruma

De tal forma que o dia seria uma alegoria utópica.

Manto de uma cegueira que causaria melancolia,

Vestígio obcecado do vazio, turvamento existencial

De uma sobrevida centrada numa total ablepsia

Sem sombras que pudessem acolher pensamentos.

Noite sem estrelas num céu carcomido pela caligem

Assintomática da penumbra em atrito com o sinistro,

Horas sombrias dum mar metafísico e pardacento

Em que o tempo abaçanado por reais circunstâncias

É capaz de produzir a mais bela das cores: o negro!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 30/07/2020
Código do texto: T7021742
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