MIRTES E A VOZ DO DIABO II
Das víboras escondidas
mata fechada escura
jazia veneno nas asas
folhas que voam de longe
fazem o primaveril interior
do vale uma sombra de espírito
Calado quieto puro de olhos
calcula o medo da vítima
pela aventura que cresce
cada vez mais perto
Não precisa mais caminhar
A distância da sua morte
está atrás das árvores pela
mata onde brinca sozinha
"Constrói o mundo do santo"
Abre as fendas das luzes
de vela acesas na janela
com medo do vento...
Há um brilho reflexo no
peito dela de ouro reflete
estranho no olho maldito
dele repleto de espanto
agora descobre o caminho
trazido de dentro do templo
daquela casa vizinha
Se aninha sobre as frutas
amoras trepadeiras vermelhas
lágrimas de sangue nos fios
farpados tela avulsa do que
repulsa sua alma descida
sua alma expulsa sua alma
que procura o que está vazio
Quer entrar na fome dela
Quer a fome dela sua partida
Quer levar a metade
Deixar a verdade escondida
Irão procurar no descaso
a rebeldia da juventude
Irão queima-la por bruxa
Irão inverter seu sentido
Sua verdade feminina
Irão cuspir " as fontes mortas
da vida absurda" pra ter o
veneno dele extraído
Onde está a ferida ?