MIRTES E A VOZ DO DIABO I

Relutante sol morde

as faces ocultas do solo

desenho de caminhos

espinhos vertendo seiva

unhas rasteiras de ameaça

ultrapassa a cerca agora

ela pode estar sozinha

descobre o mundo o mundo

já havia descoberto seu

corpo pela" raiz profunda"

oculta do lugar destinado

fantasia a fábula da família

mesmo estando sozinha

seu doce de pele caule

exposto na verde fauna

jazia branco de frio e neve

Ele desce as violentas águas

que fazem nascer o charco

lá embaixo onde alguém

contou era o ninho do

abutre velho que dormia

esperando a próxima vítima

pedras uivantes cegam os

olhos na queda de véu

da paisagem deslumbrante

Ele desce pervertido e com

mesma fome que teve no

antigo sonho de Eva e o

verme de carne e osso

que virou santo e imortal

que cuspiu no manto e

matou o santo depois de

rir da sua humanidade tola

que criou a guerra por estar

calado dos outros que estes

outros dele nada sabiam

"A fome sanscrita do espirito

possesso de excesso e vaga

no vento comendo tudo

aquilo que não pode falar".

Música de cena : UFOMAMMUT/ Oroborus