DESEMBARAÇOS

Um abraço quando chego

Dou-te de quebrar os ossos;

Depois, para falar-te é o instante

E enganado está quem supunha

Que a vida é um devaneio.

Há uma saudade em mim

Que me faz companhia no dia a dia,

Ou é apenas ilusão das noites?

Sim, tudo tempera os açoites

Que os tímpanos escutam

E nada mais é que a morte

Saudando a vida... A vida!

Meus olhos veem imagens distorcidas

Das águas em que navegam sonhos;

Solto-me em liberdade

E diante das florestas ressequidas

Percebo como caem as folhas secas

No chão lacrimejante de dor e agonia,

Porquanto um sorriso me aflora nos lábios,

Porque o doce manjar do olfato está deserto...

Donde vêm os ventos que sopram angústia?

Tudo tão estranho nesta seara

Onde vida e morte me confundem...

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/07/2020
Código do texto: T7019848
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