DESEMBARAÇOS
Um abraço quando chego
Dou-te de quebrar os ossos;
Depois, para falar-te é o instante
E enganado está quem supunha
Que a vida é um devaneio.
Há uma saudade em mim
Que me faz companhia no dia a dia,
Ou é apenas ilusão das noites?
Sim, tudo tempera os açoites
Que os tímpanos escutam
E nada mais é que a morte
Saudando a vida... A vida!
Meus olhos veem imagens distorcidas
Das águas em que navegam sonhos;
Solto-me em liberdade
E diante das florestas ressequidas
Percebo como caem as folhas secas
No chão lacrimejante de dor e agonia,
Porquanto um sorriso me aflora nos lábios,
Porque o doce manjar do olfato está deserto...
Donde vêm os ventos que sopram angústia?
Tudo tão estranho nesta seara
Onde vida e morte me confundem...
DE Ivan de Oliveira Melo